“Y allí vienen
ellos de nuevo, mira sólo que absurdo”. Não acompanhei o jogo entre Cruzeiro e
Universidad de Chile por nenhuma rádio ou TV chilena, mas imagino que os
narradores pensaram ou até parafrasearam Galvão Bueno em sua histórica e
inesquecível frase “E lá vem eles de novo, olha só que absurdo” relatando toda
sua indignação com o passeio alemão sobre a seleção brasileira na Copa do Mundo
de 2014.
Foto: Cruzeiro |
Quase quatro anos depois,
o Mineirão foi palco de um novo atropelamento com o 7 estampado no placar do telão
para o torcedor saborear um desempenho quase que perfeito de seu time. Ou
amargar o gosto da humilhação e imaginar o quanto a zoeira será profunda dali
pra frente.
Cruzeiro 7
Universidad de Chile 0. Para um confronto que se desenhou equilibrado e
fundamental para o futuro do grupo 5 da Copa Libertadores, a goleada celeste
foi um fator atípico para o que estamos acostumados, mas nada injusto se analisarmos
os acontecimentos da partida. Depois de 3 jogos sem vitórias e sem marcar gols,
o Cruzeiro entrou em campo pressionado e, assim como na decisão contra o
Alético, pelo Campeonato Mineiro, mudou completamente sua postura em campo e
favoreceu o aspecto técnico de seus jogadores. Para melhorar um pouco a situação celeste, a LaU teve dois jogadores expulsos, justamente dois zagueiros.
Todo o time foi
bem, mas vale o destaque para o trio Arrascaeta, Thiago Neves e Rafinha. Nos
últimos jogos, a Raposa era criticada pela ineficiência ofensiva, lentidão na
organização de jogadas e erros de finalizações. Ontem não foi assim. Com vinte
minutos o Cruzeiro já tinha dois gols de vantagem sobre os chilenos devido à
rapidez e eficiência na transação ofensiva, com passes rápidos, certeiros e
movimentação do quarteto de frente, composto ainda por Sassá.
Foto: Cruzeiro |
Arrascaeta, eleito
pela Conmebol o melhor em campo, foi o camisa 10 que o torcedor quer ver.
Jogando aberto pelo lado esquerdo, ele fez a função de um ponta, voltou para
ajudar Egídio na marcação – foram 3 desarmes no jogo -, quebrou a marcação
chilena com seus dribles curtos e rápidos, buscou a aproximação com Thiago Neves e Sassá e ainda contribuiu com um gol e participação
em outras bolas na rede. Além do fato de
ter sido o responsável pelas duas expulsões da LaU.
O 4-2-3-1 de Mano
Menezes funcionou pois teve mais mobilidade e menos toques de lado com
sonolência para atacar. O treinador deve repetir essa escalação para a próxima
partida da Libertadores contra o Vasco, mas não esperem muita ousadia celeste,
até porque Mano disse em entrevista após o jogo de ontem que a sua filosofia
não mudou e nem vai mudar, acrescentando que não vai colocar um time ofensivo
em campo sabendo dos riscos de sofrer gols no contra-ataque e perder jogos por
isso.
Foto: Fox Sports |
Mano não quer uma
equipe ofensiva, quer uma equipe equilibrada. E não está errado no seu pensamento, pois o fato de não tomar gols também é importante no futebol. O que falta em alguns momentos – ontem sobrou
devido a expulsão dos dois atletas chilenos – é mais qualidade e calma para
armar e finalizar. O torcedor espera que isso aconteça nas próximas partidas para
que a Raposa consiga a classificação para as oitavas de final da Libertadores.
ÁUDIO CHILENO
Estava fuçando
alguns sites chilenos para saber a repercussão da derrota da LaU para o
Cruzeiro e encontrei o áudio da cobertura esportiva da rádio Cooperativa. O desânimo dos narradores após a primeira expulsão previa o desastre no segundo
tempo. Acesse: https://www.alairelibre.cl/noticias/deportes/al-aire-libre/galeria-de-goles/cruzeiro-le-propino-una-goleada-a-u-de-chile-por-la-libertadores-que/2018-04-26/223906.html
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