Pular para o conteúdo principal

Um erro por outro


Quarenta e oito minutos do segundo tempo, partida empatada em 2 a 2, falta polêmica marcada para o Palmeiras no meio de campo. Era o último lance do jogo, a última chance do Palmeiras de tentar fazer o terceiro gol e evitar uma enorme pressão sobre a equipe, e principalmente, ao técnico Roger Machado. Marcos Rocha ergue a bola na área do Atlético, Deyverson escora para o meio da pequena área e Bruno Henrique faz o gol. Pronto, armou-se a confusão!

Árbitro Péricles Bassols    -     Foto reprodução Yahoo Esportes

Esse foi o terceiro gol do Palmeiras na vitória sobre o Atlético por 3 a 2. Um gol bastante questionado pelos atleticanos, que reclamaram a marcação da falta que originou o gol. No lance, o atacante Ricardo Oliveira faz o movimento para proteger a bola, e na trombada com o zagueiro Edu Dracena, o árbitro Péricles Bassols marcou falta para o verdão. Se ele não marca, o Atlético teria uma ótima oportunidade de gol, pois tinha superioridade numérica para atacar.

A imagem deixa claro que Dracena faz o movimento com a perna direita para antecipar a Ricardo Oliveira e fazer o corte da jogada, e ao proteger, Ricardo acaba dando um tranco em Dracena que, com toda experiência que tem, cai e valoriza a falta. Um lance de interpretação, por isso é difícil crucificar ou limpar a barra de Bassols. O que não dá para passar em branco é o vacilo da defesa do Atlético. Os jogadores se preocuparam mais em reclamar da falta marcada do que em se posicionar e marcar os jogadores palmeirenses que foram para a área tentar fazer o gol.

Lance da falta de Ricardo Oliveira em Edu Dracena

Naquela altura do jogo, por tudo que já tinha acontecido, o empate era melhor para o Galo do que para os paulistas. Se o árbitro deu a falta, ele não ia voltar atrás, vida que segue. Faltou concentração na última bola do jogo. Me lembro que, na Copa do Mundo, o técnico Tite falava muito sobre poder psicológico, importância de manter os jogadores motivados e concentrados. Faltou isso aos jogadores do Atlético. No lance do terceiro gol, o posicionamento da defesa foi totalmente confuso, nenhum defensor atleticano subiu para cabecear, ficaram olhando a bola circular na área e morrer dentro do gol.

E o Victor? Sinceramente, difícil explicar o que o goleiro do Atlético fez. Saiu de forma estabanada e deixou o gol aberto. O que assusta é que o goleiro é experiente, tem rodagem no futebol. Tudo bem que falar é fácil, na prática a história a outra. Mas os jogadores são profissionais, recebem – e recebem bem – pra isso e treinam para superar qualquer adversidade de uma partida.

Perceba como a defesa do Atlético está desatenta ao posicionamento dos jogadores do Palmeiras. Em vermelho estão marcados Deyverson e Bruno Henrique.

Ninguém da defesa do Atlético subiu com Deyverson para fazer o corte da bola. Juninho esboçou um pulo apenas.


A mesma desatenção vale para o jogo entre Cruzeiro e Atlético PR, no qual a raposa venceu por 2 a 1. O lance do gol do furacão começou com uma falta de Jonatan em Arrascaeta, no campo de defesa dos paranaenses. O árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima deixou o jogo seguir, o Atlético PR trabalhou bem a bola até que Bruno Guimarães sofreu pênalti. Mano Menezes ficou doido na beira do campo pedindo a falta em Arrascaeta, que de fato foi, assim como o pênalti foi bem marcado. Mas faltou mais espírito ao uruguaio do Cruzeiro. Ele ficou no chão, esperando a marcação da falta. Se levanta rápido e dá seguimento à jogada, teria uma ótima chance para abrir o placar.


Arrascaeta fica deitado esperando marcação de falta. Perceba o campo que ele tinha para avançar com a bola. 

Não estou aqui defendendo a arbitragem, que realmente está bem abaixo de um nível aceitável. O texto é para que você torcedor reflita que, nos dois casos, tanto o gol do Palmeiras quanto o gol do Atlético PR, poderiam ser evitados. O jogador não pode ficar refém de marcação de árbitro, especialmente no Brasil, onde temos muitos erros a cada rodada. É preciso ser esperto e superar esse obstáculo, até mesmo quando for implantado o VAR aqui no Brasil.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O dono dela

Desde quando Iniesta saiu do Barcelona, muito se perguntou quem carregaria o fardo de vestir a camisa 8 do clube catalão. Especulou-se o francês Pogba, do Manchester United, o italiano Verrati, do PSG e o espanhol Thiago, do Bayer de Munique, que também é cria do Barca. Mas o escolhido não foi nenhuma dessas estrelas, mas sim um desconhecido jovem que vinha de uma boa temporada no futebol brasileiro, Arthur Melo. Foto: Barcelona Arthur chegou como uma promessa após se destacar no meio campo do Grêmio, campeão da Copa Libertadores 2017. Sem brincos, joias, tatuagens e afins, ele foi apresentado e participou da pré-temporada com o clube europeu nos EUA. Foi bem, aliás, bem demais. Mas ainda não era o suficiente para garantir vaga na equipe principal, até porque, o Barcelona repatriou Rafinha, que havia sido emprestado para a Inter de Milão na temporada anterior, e contratou Arturo Vidal, que chegou com status de titular. Algumas notícias indicaram que Arthur iria ser emp...

La mano del var

Boca Juniors 2 Cruzeiro 0. Poderia estar aqui falando sobre o jogo, o desempenho das duas equipes e o que foi o diferencial para a equipe argentina construir uma boa vantagem na ida das quartas de final da Libertadores. Mas o senhor Eber Aquino e a turma dos trapalhões, também conhecida como VAR, fizeram uma traquinagem contra o Dedé, contra o Cruzeiro e contra o futebol brasileiro. Eber Aquino revendo o lance da disputa de Dedé e Andrada  Há uma semana, no confronto entre Palmeiras e Cruzeiro pela Copa do Brasil, tivemos um lance polêmico em que o árbitro marcou falta de Edu Dracena sobre o goleiro Fábio no último minuto de jogo. Na sequência do lance o Palmeiras marcou o gol. O assunto ganhou as discussões Brasil a fora, mas a decisão do árbitro não foi unânime entre torcedores e comentaristas. Alguns disseram que foi falta, outras afirmaram que Fábio falhou no lance e Dracena nada fez. O que eu quero dizer é que, foi uma jogada INTERPRETATIVA, que o árbitro marcou se...

Futebol raiz

Nunca será só futebol! Essa expressão ficou bastante conhecida entre os brasileiros por demonstrar através de histórias o quanto o futebol é significativo na vida de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo. Uma paixão difícil de explicar, mas que mexe completamente com o psicológico de qualquer amante dessa modalidade esportiva. Foto reprodução Liga Desportiva de Pará de Minas Não apenas um sentimento resumido aos grandes clubes de futebol, como Atlético, Cruzeiro, América, São Paulo, Flamengo, Corinthians, Real Madrid, Barcelona, entre outros. É um amor bairrista, que começa com o time de futebol formado pelos amigos, com aquele time do bairro ou a equipe que representa a cidade. Quem disse que precisa ser um futebol de alto nível para encher os olhos de quem gosta do esporte? O futebol amador que o diga, pois ele envolve muito mais que uma disputa entre as quatro linhas, carrega consigo o lado social e democrático. Os jogadores podem não mostrar suas habilidades em ...