Durante a Copa do
Mundo o termo “Titebilidade” ficou bastante popular entre a torcida brasileira,
devido ao jeitão Tite de comandar a seleção canarinha. Pois bem, vou aproveitar
o gancho para tratar da “Manobilidade”, do técnico Mano Menezes, que ontem
(01/08), armou a casinha diante do Santos, no duelo de ida das quartas de final
da Copa do Brasil, e venceu por 1 a 0, gol de Raniel.
Foto reprodução Jornal Hoje em Dia |
Mano Menezes gosta
desse tipo de torneio copeiro. Já ganhou 2 Copas do Brasil, 2009 com o Corinthians
e 2017 com o Cruzeiro, já chegou a final de uma Copa Libertadores com o Grêmio,
em 2007, além de cair em fases já avançadas destes torneios por outras equipes
do futebol nacional.
Nesta quarta,
diante do Santos na Vila Belmiro – Santos que teve a estreia de Cuca no comando
técnico – Mano Menezes armou seu Cruzeiro no tradicional 4-2-3-1 com variação
para o 4-4-2 ou 4-4-1-1 quando o time celeste não tinha a bola. O treinador
cruzeirense já disse em diversas entrevistas que prefere um time mais marcador
do que uma equipe mais ofensiva com pouco poder de marcação. E foi exatamente
assim que ele montou o Cruzeiro, como foi na Copa do Brasil do ano passado.
Diante da
ofensividade do Santos, que tem um ataque muito rápido com Rodrygo, Gabriel e
Bruno Henrique, Mano “segurou” um pouco mais Robinho e Arrascaeta, que ajudaram
bastante na marcação pelos lados. Sem muito poder de fogo no meio, o Santos
aproveita as jogadas pelas alas para quebrar as defesas adversárias. Mas ontem,
quando um atleta santista recebia a bola na beirada do campo, o Cruzeiro
duplicava ou até triplicava a marcação.
Jogador do Santos é marcado por três jogadores do Cruzeiro. Perceba que ele apenas uma opção de passe para tentar progredir em direção ao gol. |
Na maioria das jogadas, Cruzeiro tinha superioridade numérica sobre jogadores do Santos. Neste lance, um zagueiro teve que avançar para dar opção de passe para Bruno Henrique. |
Um exemplo claro da
dedicação tática da equipe, que surtiu o efeito esperado por Mano, foi o número
de desarmes e os jogadores que mais roubaram bolas. Segundo o site footstats, o
Cruzeiro desarmou 28 vezes contra 19 do Santos. Os maiores ladrões de bola da
raposa foram os laterais Egídio e Lucas Romero, com 5 cada, e Arrascaeta, que
também desarticulou 5 vezes. O que mostra que a estratégia do treinador celeste
deu certo e o quanto esses atletas, especialmente Arrascaeta, foram aplicados
aos ensinamentos do comandante.
Os torcedores podem
questionar que o Cruzeiro não jogou, apenas marcou. Mas quem disse que marcar
não é jogar? Mano gosta disso, o time dele parece não se importar muito com
esse “futebol feio”. Ontem deu resultado. O Cruzeiro teve apenas 38% de posse
de bola em todo o jogo, contra 62% do adversário. De fato, o time se arriscou
muito, pois, principalmente na etapa final, a raposa não conseguia segurar a
bola no campo de ataque e viu o Santos jogar com praticamente todos os
jogadores de linha em seu campo de ataque. Na única escapada celeste, Rafinha e
Robinho fizeram boa jogada pelo lado direito, e Raniel, no melhor estilo centroavante,
fez o gol da vitória.
Foto reprodução Cruzeiro |
Ainda faltam 90
minutos, e agora a parada é no Mineirão, no próximo dia 15, às 19h30. A
vantagem do Cruzeiro não é tão grande, mas é boa. O que o time não pode fazer é
sentar nela e achar que por atuar em casa vai passar. É preciso outro jogo de
vontade para conseguir a classificação para as semifinais da Copa do Brasil.
Comentários
Postar um comentário