Uma estreia digna
de dois grandes do continente. Assim foi o jogo entre Racing e Cruzeiro, válido
pela primeira rodada do grupo 5 da Copa Libertadores. No Estádio El Cilindro,
em Avellaneda, que recebeu bom público, o time argentino fez valer o fator casa
e contou com uma noite inspirada da joia Lautaro Martínez para construir um
amplo 4 a 2 sobre o time mineiro.
Foto: Otempo |
Amplo placar, pois a
partida foi muito equilibrada e mostrou o porquê Racing e Cruzeiro são apontados como favoritos
para erguer o caneco da Liberta. Os números do jogo revelam o equilíbrio:. 52%
de posse de bola para o Racing, que após fazer o quarto gol valorizou bastante
ter a bola nos pés, contra 48% da raposa, que errou muitos passes,
especialmente no primeiro tempo, na construção de jogadas.
Em termos de
finalizações, os argentinos chutaram 11 bolas ao gol de Rafael, enquanto os
cruzeirenses deram 12 finalizações. E como estamos falando de Hermanos, eles
bateram mais: foram 18 faltas cometidas contra 9 do Cruzeiro. Sendo que eles
receberam dois cartões amarelos e um vermelho, e o clube mineiro apenas 1
amarelo.
A justificativa
para um placar elástico diante do equilíbrio se ampara nos erros da defesa
celeste e na pontaria falha de seus atacantes. Se em 8 jogos do Campeonato
Mineiro o Cruzeiro levou apenas 1 gol, em Avellaneda foram 4 numa noite só.
Desses, 3 surgiram de bola parada, todos eles marcados por Martínez, que
aproveitou a falha de posicionamento da defesa para mandar a bola pra rede. E o
quarto gol aconteceu após uma boa infiltração de Solari, furando as linhas de
marcação e entrando na área em condições para finalizar.
Foto: Fox Sports |
A defesa do
Cruzeiro foi muito mal. Começando por Henrique e Cabral, que vinham sendo
pilares importantes de sustentação do time. São eles os responsáveis por impedir
a aproximação dos adversários aos últimos homens da defesa e, ao mesmo tempo,
iniciar a construção das jogadas ofensivas. Falharam nas duas funções. Os dois
tiveram dificuldades de acompanhar a movimentação do rápido ataque do Racing e
não conseguiram se compactar com a primeira linha de marcação, que é a dos
zagueiros e laterais. Assim, Manoel e Murilo ficaram expostos na defesa, tendo
que dar combate no meio e nas laterais, abrindo espaços no meio da defesa.
Aliás, Manoel e Murilo
não se entenderam muito bem. Foram mal por baixo e nas jogadas aéreas. Egídio,
como de praxe, deu espaços na lateral e não deu suporte na cobertura. Quem se
salvou foi Lucas Romero, com sua garra e botes certeiros, o argentino combateu
o máximo que pôde, mas uma andorinha só não faz verão.
Em termos
ofensivos, apesar dos muitos erros de passe na transação defesa/ataque, e da
saída de Fred por contusão, logo aos cinco minutos de jogo, o Cruzeiro
conseguiu criar, mas parou na trave e no goleiro Musso. Foram 2 bolas na trave
e, pelo menos, 3 boas defesas do goleirão. Uma certeza se tem sobre o time de
Mano Menezes: quando ele trabalha a bola é um time criativo, técnico, capaz de
furar a defesa do adversário. Mas criar é uma coisa, fazer o gol é outra. E a
mais importante o Cruzeiro não fez.
Foto: Uol Esporte |
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