O Vasco não se
agigantou na Colina e foi derrotado na estreia da fase de grupos da Copa Libertadores.
O time carioca perdeu para a Universidad de Chile, por 1 a 0, gol do jovem e
bom jogador Angelo Araos, aos 31 minutos do segundo tempo.
Um dos diferenciais
da equipe do técnico Ángel Hoyos foi a variação tática do seu meio campo. Ele iniciou
o jogo atuando no 3-4-3, com a linha bem definida dos 3 zagueiros, em que Vilches
caia pela direita, Rafael Vaz pela esquerda e Echeverría ficava centralizado,
como se fosse um líbero. À frente do trio, estavam quatro jogadores: Beausejour
e Rodríguez jogavam como alas, o primeiro pelo lado esquerdo e o segundo pelo
flanco direito. Já Pizarro e Seymour faziam a dupla de volantes. E à frente, Soteldo,
Pinilla e Araos eram os mais avançados.
Quando tinha a
bola, a La U jogava no 3-4-3, conforme explicado acima. Como não tinha um meia
clássico, aquele tradicional 10, as jogadas ofensivas da equipe chilena se davam
pelas laterais, especialmente a esquerda, com as investidas do experiente Beausejour.
Não houve distribuição de bolas na faixa central do ataque chileno no último
terço do campo. Pinilla se infiltrava entre os zagueiros vascaínos e Soteldo e Araos
flutuavam entre a primeira e segunda linha de marcação do Vasco, apoiando os
dois alas.
Outro destaque do
time chileno foi a saída de jogo. Beausejour e Rodríguez avançavam no campo
adversário puxando a marcação dos pontas, no caso de Wagner e Rildo. Com isso, a
transição ofensiva começava com Pizarro, jogador bastante rodado no futebol,
com muita qualidade no passe. Quando Zé Ricardo, técnico do Vasco, percebeu a
liberdade que Pizarro tinha para sair jogando, pediu Wellington para diminuir o
espaço, e forçou que os zagueiros do adversário iniciassem a transição. O resultado
foi uma série de chutões para frente, procurando Pinilla. A La U fez 56
lançamentos no jogo, sendo 39 errados.
E quando estava sem
a bola, a Universidad de Chile mudava para o 3-5-2, com Araos recuando para
recompor o sistema defensivo, ou às vezes para o 5-3-2, com os dois alas se
juntando aos zagueiros para formar a primeira linha de marcação. Independentemente
do esquema, os chilenos evitaram a movimentação do rápido ataque vascaíno, fechando
as linhas de passes do time carioca. Evander, que jogou centralizado na linha
de três meias, foi presa fácil para Seymour e Pizarro, que não deixaram ele
receber a bola em condições de progredir, pois sabiam da qualidade do garoto
para conduzir, tabelar e chutar.
Wagner e Rildo tentaram
dar amplitude ao time e abrir espaço na defesa chilena, mas também pouco
fizeram. Os laterais Pikachu e Henrique apoiaram pouco, pois raramente tinham
corredor para avançarem, já que a La U não deixava espaço. Os dois volantes,
Wellington e Desábato, vez ou outra se infiltravam entre as linhas de marcação
tentando dar uma opção a mais de passe, mas o desempenho dos dois foi abaixo do
esperado. O que se viu do Vasco foi uma equipe ansiosa para furar o bloqueio
chileno e que apostou em bolas erguidas na área, procurando Riascos, o que não
deu certo. Foram 14 cruzamentos para, sendo 11 errados.
Após o jogo, Zé
Ricardo reconheceu os erros do Vasco e ressaltou a força defensiva da
Universidad de Chile. E destacou, ainda, a falta de dinamismo na saída de bola
vascaína.
Com o resultado, o
Gigante da Colina fica em terceiro no Grupo 5, à frente apenas do Cruzeiro, que
perdeu de 4 a 2 para o Racing. A equipe argentina lidera, seguida da La U. O
Vasco volta a campo pela Liberta no dia 4 de abril, contra o Cruzeiro, no
Mineirão.
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