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Uma classificação de R$ 16 milhões


O São Paulo é o primeiro time garantido na semifinal do Campeonato Paulista. Nesta terça-feira (20/03), o tricolor paulista venceu o São Caetano, no Morumbi, por 2 a 0, reverteu a vantagem do adversário e garantiu vaga na próxima fase. Que beleza, o torcedor são-paulino está em lua de mel com o time, certo?

Foto: GazetaPress

Não! Podemos dizer que foi uma reaproximação para tentar um possível casamento a longo prazo. Apesar da classificação - que era uma obrigação pela diferença técnica e econômica dos dois times - o São Paulo, novamente, não apresentou um bom futebol e ficou devendo uma resposta ao seu torcedor. É certo que o time teve mais vontade do que nos últimos jogos, isso temos de destacar. Mas raça apenas não é o que o são-paulino deseja. Ele quer mais organização, ele quer identificar o São Paulo como uma equipe, que seja sólida na defesa, forte no meio de campo e fatal no ataque. E convenhamos, esse São Paulo ideal ainda está longe.

No jogo desta terça, o tricolor dominou a posse de bola, 60% contra 40% do São Caetano. Mas em boa parte desse tempo com a bola, o time foi inofensivo, sem criatividade para furar a boa marcação do azulão. A situação melhorou no segundo tempo, quando Lucas Fernandes entrou no lugar de Valdívia – alteração que gerou raiva na torcida, que chamou o técnico Diego Aguirre de burro – e foi mais “agressivo” em termos de ataque do que o poko pica. Lucas buscou o jogo, foi pra cima do adversário, atuou pelos lados, pelo meio e ainda deu um belo passe para o gol da classificação.

Vale o destaque também para o jovem Liziero. Ele formou dupla de volante com Jucilei e deu muita qualidade na saída de bola do São Paulo, jogando mais pelo lado esquerdo. Foi um dos principais articuladores do meio campo com 44 passes certos. Lucas Fernandes e Liziero não foram os autores dos gols, mas acredito que foram os melhores do São Paulo em campo.

Nenê, contratado para ser o cérebro do time, novamente não fez uma partida digna de Nenê. Ele foi até importante no segundo gol com a movimentação e o passe de calcanhar para Lucas Fernandes. Mas se analisarmos os 90 minutos, o camisa 7 ficou devendo. Acabou encaixotado na marcação do São Caetano e pouco produziu em termos de criação de jogadas. Finalizou apenas uma vez na partida, e ainda assim errado.

O brilho da noite ficou por conta de Tréllez e Diego Souza. Criticados pela ausência de gols, os dois desencantaram e marcaram os dois gols da vitória. Tréllez começou como titular, atuando como o jogador mais avançado do time, enfiado entre os zagueiros do azulão. Por isso, pouco tocou na bola durante a partida, pois a marcação do adversário foi bem feita, impedindo que a bola chegasse com qualidade. Contudo, o atacante teve muita vontade e foi premiado aos 19 do segundo tempo, após falha incrível do goleiro Paes. 

Foto: São Paulo FC

Já Diego Souza, entrou após os 30 minutos da etapa final no lugar de Liziero. Diego atuou como meia e não centroavante. Não teve muito tempo para render um futebol melhor do tem apresentado, mas teve tempo para, aos 39 minutos, aproveitar o bom cruzamento de Lucas Fernandes e cabecear firme para o gol. 

Sim, amigos, dois gols que custaram aos cofres do tricolor R$ 16 milhões – R$ 10 milhões para a compra de Diego junto ao Sport e R$ 6 milhões na aquisição de Tréllez junto ao Vitória.

Valeu a vitória, valeu a classificação e valeu o esforço. Mas, é notório que o técnico Diego Aguirre terá trabalho para colocar o São Paulo no eixo. Elenco ele tem. O plantel tem bons nomes. O desafio é identificar as características e qualidades individuais de cada jogador para organizar a equipe. Para isso, ele precisará de tempo e paciência, o que sabemos que no futebol, nem sempre são concedidos.

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