Depois de duas
derrotas, o Cruzeiro conseguiu somar seu primeiro ponto no Campeonato
Brasileiro. Empate em 0 a 0 com o Internacional, em Porto Alegre, jogando com
uma equipe completamente alternativa, já que está de olho no duelo contra o
Vasco pela Copa Libertadores, na próxima quarta-feira.
Foto: Internacional |
Na teoria, o
resultado foi bom, pelas circunstâncias citadas acima. Mas na prática, o
Cruzeiro foi mais uma vez um time lento, de pouca vontade e sem muito recursos
em termos ofensivos. A ideia de Mano Menezes era jogar no 4-4-2 com Robinho
pela meia direita, Bruno Silva e Romero como volantes e Mancuello pela meia
esquerda. No ataque Rafael Sóbis e David prometiam mobilidade e finalizações,
já que tem essas características. Mas nada disso aconteceu. O Cruzeiro adotou
uma postura de contra-ataque, mas sem ataque.
Na etapa inicial, o
Inter, jogando num 4-2-3-1, avançou seus jogadores, marcou a saída de bola da
Raposa e impediu o Cruzeiro de pensar para jogar. Resultado? Os defensores
celeste deram lançamentos e chutões – 61 no total - sem qualquer sentido para
frente devolvendo a bola ao adversário. O
Internacional chegou a ter 79% de posse de bola no primeiro tempo. O Cruzeiro
só conseguiu respirar nos minutos finais porque o físico dos jogadores
colorados não permitiam eles fazer esse tipo de marcação o tempo todo, e ai foi
quando o Cruzeiro teve mais espaço para articular suas ações de ataque.
Quando tinha a bola, o Cruzeiro não conseguia criar pois os jogadores davam pouca opção e facilitavam a marcação do Inter. |
Mesmo com a
marcação avançada do Inter, faltou ao Cruzeiro celeridade nos passes e
posicionamento para dar condições ao jogador que estava com a bola de ter
alguém para tocar. Ao contrário disso, os atletas estavam distantes, não
fizeram esforço para dar opção e ficaram acuados na defesa. Robinho, o cara da
articulação, errou 8 dos 43 passes que deu, alguns deles justamente na saída de
jogo.
Para a etapa final,
o torcedor cruzeirense que esperava uma postura diferente do time se
decepcionou. O Inter voltou com o mesmo ímpeto e, ao contrário do primeiro
tempo, passou a criar chances claras de gol. Só não balançou as redes porque
Rafael estava numa noite inspirada. Foram 7 finalizações no alvo, a maioria
defendida pelo arqueiro. A marcação celeste afrouxou e propiciou espaços para a
infiltração e presença de jogadores colorados no campo de ataque.
Mesmo em superioridade numérica, Cruzeiro deu espaço para D'Alessandro dominar e trabalhar a bola. Se atente ao Bruno Silva com as mãos na cintura. |
Defesa celeste dava muito espaço para jogadores colorados. Marcação à distância e ineficaz. |
E à medida que o
tempo passava, o Inter crescia e o Cruzeiro tentava se defender considerando o
resultado bom. Aliás, a imagem que a Raposa passou foi de que entrou em campo
para empatar. Os jogadores fizeram muita cera, especialmente Rafael, que se
aproveitou de umas boas intervenções para cair e ganhar alguns minutos. Desnecessário
para quem se vangloria de ter um elenco qualificado, e que de fato é. Se tem
elenco é porque tem jogadores titulares e reservas bons e não pode se dar por
satisfeito com um empate.
Mano gostou do
resultado, saiu satisfeito, mas o torcedor nem tanto. Agora é Libertadores.
Quarta-feira tem o Vasco no Rio de Janeiro pela 5ª rodada do grupo 5. Uma
vitória e o Cruzeiro se aproxima da classificação para as oitavas. Mas pra
vencer tem que ter um desempenho oposto ao que teve em Porto Alegre, pois então
a vaga ficará mais distante.
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