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Errou, levou


Como dizia Muricy Ramalho, a bola pune! E nesta quarta-feira (11/04), no Allianz Parque, o Palmeiras foi punido pela redonda aos 46 do segundo tempo, há três minutos para o final do jogo.  Foi punido dois minutos depois de ter marcado o gol com Keno, o que, naquela altura, todos imaginavam ser o gol da vitória palmeirense.

Foto: Onefootball

A falha do sistema defensivo, que não acompanhou o lançamento pelo lado direito e deixou Pavón cruzar para Tevez empatar a partida, foi um duro golpe para o torcedor do Palmeiras, que ainda não engoliu o vice-campeonato no Campeonato Paulista.

Mas pelo que foi o jogo, o empate foi o resultado mais justo para as duas equipes. O Palmeiras só foi o Palmeiras de 2018, sobretudo o Palmeiras da Libertadores, no segundo tempo, quando Roger Machado colocou Willian e Moisés, nas vagas de Borja e Lucas Lima, respectivamente. Quando me refiro ao Palmeiras da Libertadores é um time de movimentação, com infiltração de volantes, aproximação das linhas do campo e, principalmente, de bom toque de bola.

Nada disso teve na primeira etapa. Felipe Mello e Bruno Henrique ficaram muito presos no sistema defensivo e pouco ajudaram os homens de frente. Lucas Lima, mais uma vez, jogou perdido no meio campo, com muito toque de lado e pouca contribuição ofensiva. Ele teve uma chance no final do primeiro tempo, mas bateu tão fraco na bola, que por um instante pensei se tratar de um rachão pré-jogo. Já o colombiano Borja jogou enfiado entre os dois zagueiros do time argentino sem oferecer perigo algum ao adversário.

Com Willian e Moisés, o toque de bola melhorou, a ligação entre as linhas passou a funcionar e Bruno Henrique, por orientação do treinador, marcou mais presença no ataque, inclusive, ele quase abriu o placar na etapa final. Apesar da melhora no volume de jogo, faltou ao Palmeiras a finalização precisa. Foram oito bolas chutadas à meta do Boca, mas apenas uma certa, justamente a do gol de Keno. Gol este que só saiu por causa de uma falha grotesca do lateral Jara, é bom considerar isso.


Foto: Fox Sports

Por sua vez o Boca apostou num jogo de posição para anular o time brasileiro. Alternou entre o 4-1-4-1 e o 4-3-3, duplicou a marcação em Keno, o mais rápido e habilidoso jogador do Palmeiras, dificultou a saída de bola do adversário e sofreu poucos sustos na defesa. Em contra partida, os xeneises erraram muitos passes durante os 94 minutos. Foram 54 erros nesse fundamento, sendo que a porcentagem de acerto foi de 83%. Para uma equipe que tem jogadores de qualidade para isso, como Pérez, Cardona e Reynoso, é um índice ruim.

Outro erro argentino foram os excessivos lançamentos e cruzamentos. Se desfez demais da bola. O Boca acertou apenas um cruzamento em 19 feitos. Quando resolveu fazer ligação direita através da bola longa, acertou 23 e errou 22 lançamentos. Só para se ter uma ideia, no jogo todo, o Palmeiras fez apenas 26 lançamentos.

Por isso não foi de se estranhar que a partida foi abaixo do que os torcedores esperavam em termos de gols e emoção. Foram duas bolas na rede em dois minutos de diferença, por duas falhas inadmissíveis das defesas de Palmeiras e Boca Júniors.

As duas equipes voltarão a se enfrentar na próxima semana, no dia 25, às 21h45, no épico estádio Bombonera. Por toda a mística que o local envolve, acredita-se que a partida possa ser melhor, principalmente no aspecto emoção e gols. São duas equipes com condições de chegar ao título e que provavelmente deverão se classificar no grupo 8.


Foto: Tyc Sports

Por enquanto, o Palmeiras lidera com 7 pontos e o Boca vem em segundo com 5. Tem ainda o Alianza Lima, do Peru, com 1 ponto, e o Júnior Barranquilla na lanterna com nenhum ponto somado.

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