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Faltou bola na rede, mas sobrou decepção

O primeiro embate brasileiro da edição 2018 da Copa Libertadores decepcionou muita gente, sobretudo os torcedores de Cruzeiro e Vasco. As duas equipes apenas empataram em 0 a 0, no Mineirão, na segunda rodada do grupo 5. Pouco para quem tem pretensões ambiciosas na competição.


Foto: Goal.com

Pelo lado celeste, a frustração é ainda maior pelo contexto que envolveu o time. Após a derrota para o Racing na primeira rodada, muito se falou em recuperação nesse jogo contra os cariocas. O time era favorito, com um plantel melhor, uma equipe mais entrosada e, ainda, jogava em casa, diante de quase 40 mil torcedores. Soma-se também o fato de o Cruzeiro ter perdido, da forma que perdeu, o primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro para o maior rival, por 3 a 1. O torcedor estava esperando uma resposta dos jogadores diante do clube carioca, o que não aconteceu.

Mano Menezes optou por iniciar o jogo sem um centroavante, já que Raniel não foi relacionado por desgaste físico e Sassá, conforme o treinador, ainda não tem condições de jogar 90 minutos. Desta forma, o quarteto de frente foi formado com Rafinha, Arrascaeta, Robinho e Thiago Neves. Na teoria o esquema é bom, pois são quatro jogadores técnicos, habilidosos, de movimentação e bom toque de bola. Mas a forma como a equipe se comportou não favoreceu a nenhum dos 4. O Cruzeiro quis levantar a bola na área, mesmo sem um cara referência no ataque. Estranho, no mínimo.

Foram 39 cruzamentos e apenas um levou perigo, que foi o primeiro, numa bola que Thiago Neves antecipou aos zagueiros, mas mandou por cima do gol. No mais, chutões para o meio da área, que facilitaram as ações da dupla de zaga Paulão e Erazo e para o goleiro Martín Silva. A entrada de Sassá no segundo tempo melhorou um pouco o ataque celeste, mas longe do ideal. O Cruzeiro não conseguiu trabalhar a bola com qualidade no último terço do campo e ai é difícil para qualquer atacante ficar em condições para fazer o gol.

Já do lado carioca, o Vasco apostou numa marcação muito forte do ataque cruzeirense. Foi premiado pela eficiência de seus jogadores em executar o que o técnico Zé Ricardo pediu e também pela falta de organização do ataque adversário. Mas se na defesa o Gigante da Colina foi perfeito, o mesmo não pode dizer do ataque. Optou por jogar nos contra golpes, apostando na velocidade de Paulinho, mas teve dificuldades para encaixar o passe na transição ao ataque. Só de lançamentos, foram 36 errados. Índice bem alto.

No segundo tempo, o Vasco melhorou um pouquinho. Quando teve a bola nos pés, tocou-a bem, se movimentou e criou condições para Paulinho finalizar. Mas isso aconteceu poucas vezes. E depois de todo esse resumo, o 0 a 0 pareceu mesmo justo pelo que os times fizeram.


Foto: Vasco

Agora, Cruzeiro e Vasco têm a obrigação de vencer na terceira rodada para continuar sonhando com a vaga nas oitavas de final. A Raposa visitará a Universidad de Chile, em Santiago, no dia 19/04, às 21h30. Enquanto o Vasco vai à Argentina enfrentar o Racing, no mesmo dia, mas um pouco mais cedo, ás 19h15.

Se os brasileiros vencerem, os quatro times do grupo ficarão com 4 pontos cada. Mas veja bem, eu escrevi SE, e um SE bem desconfiado, pois com a atuação desta quarta-feira, fatalmente ficarão distantes da próxima fase.

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