Se o técnico Tite
fosse comentar a vitória do Atlético sobre o Corinthians, por 1 a 0, com toda
certeza ele diria “Ganhou por merecimento”. Dá até para imaginar ele dizendo
isso, né?! Em uma tarde de polêmicas com arbitragem – mais uma vez favorecendo
o Corinthians – o Galo se impôs durante os 90 minutos e sufocou o adversário
até então invicto e líder do Campeonato Brasileiro.
Foto: Atlético MG |
Em termos coletivos
e considerando toda a partida, dá pra dizer que foi a melhor apresentação do
Atlético no ano. A semana de treinos na Cidade do Galo surtiu efeito
extremamente positivo e o Atlético soube explorar pontos falhos do time
corintiano e anulou as jogadas fortes do clube paulista.
Thiago Larghi
mandou a campo um Atlético com Adilson, Blanco e Luan no meio de campo, Roger
Guedes e Otero abertos pelos lados e Ricardo Oliveira centralizado. Na teoria,
seria um 4-2-3-1, com Luan jogando pelo meio na linha formada por três
jogadores. Na prática, o esquema variou devido à mobilidade e versatilidade dos
atletas. Quando o Atlético atacava o sistema alternava em 4-3-3, com Adilson
avançando e formando a trinca de meio campistas com Luan e Blanco, e 4-1-4-1,
com Adilson á frente da defesa e Luan e Blanco se juntando à Guedes e Otero na
linha de quatro meias ofensivos.
Adilson nota o espaço para avançar e auxilia na jogada ofensiva. Ninguém acompanha o marcador atleticano. |
Atlético com seis jogadores próximos à área, incluindo os laterais Patric e Fábio Santos. Luan poderia ter passado para Roger Guedes, mas preferiu o chute. |
Já na defesa, o
Galo marcou em um 4-5-1 e escondeu o Rodriguinho entre seus marcadores. O
meia-atacante, que marcou 3 gols nas duas primeiras rodadas do Brasileirão, vinha
sendo o diferencial do Corinthians, mas pouco fez no jogo. Acertou apenas 7
passes e perdeu a posse da bola em 12 oportunidades. Só para se ter uma ideia,
nas duas primeiras rodadas, Rodriguinho acertou 28 e 25 passes, respectivamente,
o que significa que ele participou mais das ações de ataque.
Parar marcar
Rodriguinho não foi preciso ter atenção só à ele, mas a quem faz a bola chegar
nele, como Maycon, Mateus Vital, Clayson e Romero. Eles não tiveram espaços
para avançar nas jogadas, ficaram muito no toque de lado, sem oferecer qualquer
perigo ao gol de Victor. Nem mesmo Sheik melhorou o lado ofensivo no segundo
tempo. Foram apenas duas finalizações certas do timão. Muito pouco para um
atual campeão brasileiro.
Resumindo, o
Atlético foi equilibrado em suas ações. Forte na marcação, intenso no ataque.
Só não teve muitas oportunidades de gol, porque o Corinthians é um time muito
sólido na defesa e conseguiu segurar o ímpeto atleticano em muitos lances. Mas
água mole em pedra dura, você sabe o resto. Roger Guedes fez o gol legal e o
gol ilegal – na interpretação do auxiliar -, mas não foi o único destaque. É
preciso dividir com Gustavo Blanco e Luan, que foram o ponto de equilíbrio.
Foto: Getty Images |
Blanco correu
muito, errou apenas 3 dos 49 passes que deu no jogo e contribuiu com oito
desarmes. Enquanto Luan errou 5 dos 71 passes, também contribuindo com a defesa
dando 7 desarmes. Dois motorzinhos no meio de campo, que sabem defender e
atacar com precisão.
O Galo vai ganhando
forma para o campeonato, pode não ser um candidato ao título neste momento, mas
certamente tem condições de surpreender a muita gente na competição.
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