Pular para o conteúdo principal

Pintou o campeão?


Ok, o título desta publicação pode ter sido um exagero, já que foi apenas a primeira de 38 rodadas da série A do Brasileirão. Mas não é abuso nenhum dizer que o Grêmio é o principal candidato a conquistar a taça do Campeonato Brasileiro 2018.

Foto: Goal.com

Em um duelo que na teoria seria marcado pelo equilíbrio entre Grêmio e Cruzeiro, no Mineirão, abrindo a primeira rodada, o Tricolor Gaúcho dominou completamente o adversário e venceu sem muitas dificuldades uma equipe que também é considerada uma das melhores do país.

O gol de André aos 9 do segundo tempo premiou a boa e organizada partida do Grêmio. Não foi um jogo extraordinário, mas muito eficaz nos fundamentos de defesa e ataque. A maior dificuldade do time gremista foi a ausência de Luan. O meia-atacante fez falta na articulação de jogadas para apoiar Everton e André no ataque. Cícero jogou em seu lugar, e até nem foi tão mal, mas o estilo é diferente e o nível técnico também.

Foto: Radar830

No primeiro tempo, por exemplo, no seu melhor estilo de jogar, mantendo a posse de bola, o Grêmio chegou a ter, aos 20 minutos, 83% do tempo com a bola no pé. Terminou a primeira etapa com 75% de posse. E assim foi o jogo todo, até quando perdeu Kannemann expulso já no final da partida. Tanto é que, mesmo com um homem a menos, o Grêmio procurou trocar passes, ficar com a bola e deixar o tempo passar sem que a Raposa pudesse fazer aquela pressão final.

Alguns motivos explicam esse controle da bola. O primeiro deles é que, o Cruzeiro marcou em linha média, com os jogadores apertando a marcação em seu campo defensivo, deixando o Grêmio trocar passes entre os zagueiros, volantes e laterais.

O segundo motivo foram os vários erros de passes da equipe celeste no momento pós recuperação da bola. Os jogadores cruzeirenses desarmavam e logo em seguida errava o passe e a redonda voltava ao controle do Grêmio. Um exemplo disso é que, em toda partida o Grêmio trocou 593 passes e errou 40, com 93% de acerto. Já o Cruzeiro trocou menos passes, 382, mas errou mais, 41, com 89% de efetividade.

Outro fator decisivo foi o modelo de jogo apoiado do Tricolor. O jogador que tem a bola sempre tem dois ou mais companheiros próximos a ele para tocar. O comportamento de posição é muito bem pensado e executado pelos atletas, por isso, fica difícil perder a bola, pois desta forma não é necessário dar chutões.

Mesmo em inferioridade numérica, jogadores do Grêmio dão opções de passes curtos para quem está com a bola

Faltou mesmo a criatividade no ataque gremista, fator em que Luan fez falta. As melhores chances foram criadas por Everton em jogadas individuais. Sei que ainda teremos 37 rodadas pela frente, que o desenrolar do campeonato pode ser diferente do que a teoria prevê, mas é certo que esse Grêmio está pronto para voltar a levantar o caneco do Brasileirão.

Em relação ao Cruzeiro, Mano Menezes precisa ajustar o ataque, que já não funciona como no começo da temporada. Arrascaeta, Thiago Neves e Robinho já não têm a mesma movimentação, aproximação e troca de passes rápidos que tinham antes, características que facilitam a criação de perigoso de gol. Ariel Cabral também já não é o mesmo. Caiu de rendimento, participando pouco das jogadas ofensivas. Era através dele, com passes rápidos e objetivos, que muitas chances de gol eram criadas. Mancuello pede passagem e deve ganhar vaga no time titular em breve.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um erro por outro

Quarenta e oito minutos do segundo tempo, partida empatada em 2 a 2, falta polêmica marcada para o Palmeiras no meio de campo. Era o último lance do jogo, a última chance do Palmeiras de tentar fazer o terceiro gol e evitar uma enorme pressão sobre a equipe, e principalmente, ao técnico Roger Machado. Marcos Rocha ergue a bola na área do Atlético, Deyverson escora para o meio da pequena área e Bruno Henrique faz o gol. Pronto, armou-se a confusão! Árbitro Péricles Bassols    -     Foto reprodução Yahoo Esportes Esse foi o terceiro gol do Palmeiras na vitória sobre o Atlético por 3 a 2. Um gol bastante questionado pelos atleticanos, que reclamaram a marcação da falta que originou o gol. No lance, o atacante Ricardo Oliveira faz o movimento para proteger a bola, e na trombada com o zagueiro Edu Dracena, o árbitro Péricles Bassols marcou falta para o verdão. Se ele não marca, o Atlético teria uma ótima oportunidade de gol, pois tinha superioridade numér...

A Copa pune, amigo

A lista de convocados do técnico Tite, anunciada hoje, surpreendeu alguns, desagradou outros e foi bem interpretada por outros tantos. Afinal, futebol não é e nunca foi unanimidade entre torcedores, motivo pelo qual é tão apaixonante falar sobre esse esporte. Fernandinho desolado após eliminação para Bélgica    -   Foto reprodução OGlobo Por ser a primeira convocação pós Copa do Mundo, em um momento que muito se fala em renovação da seleção, era esperado que Tite fosse anunciar algumas novidades. O que me chamou mais a atenção foram jogadores que ficaram de fora da lista. Dos 23 atletas que estiveram na Rússia, apenas 13 foram convocados pelo treinador. Até ai tudo bem, se não fosse pela ausência de dois: o volante Fernandinho e o atacante Gabriel Jesus, dois dos mais criticados pela eliminação no Mundial da Rússia. O primeiro já foi sacrificado em 2014, após o trágico 7 a 1. Naquele jogo no Mineirão o coletivo não funcionou, mas Fernandinho, que atua...

Futebol raiz

Nunca será só futebol! Essa expressão ficou bastante conhecida entre os brasileiros por demonstrar através de histórias o quanto o futebol é significativo na vida de milhares de pessoas espalhadas pelo mundo. Uma paixão difícil de explicar, mas que mexe completamente com o psicológico de qualquer amante dessa modalidade esportiva. Foto reprodução Liga Desportiva de Pará de Minas Não apenas um sentimento resumido aos grandes clubes de futebol, como Atlético, Cruzeiro, América, São Paulo, Flamengo, Corinthians, Real Madrid, Barcelona, entre outros. É um amor bairrista, que começa com o time de futebol formado pelos amigos, com aquele time do bairro ou a equipe que representa a cidade. Quem disse que precisa ser um futebol de alto nível para encher os olhos de quem gosta do esporte? O futebol amador que o diga, pois ele envolve muito mais que uma disputa entre as quatro linhas, carrega consigo o lado social e democrático. Os jogadores podem não mostrar suas habilidades em ...