Para quem não viu o
jogo entre Fluminense e Cruzeiro pode achar que essa voadora de Gilberto em
Sassá é uma montagem, e que o lateral-direito do Fluzão não teria capacidade de
fazer essa falta aos 15 minutos do primeiro tempo, correndo o risco enorme de
ser expulso e deixar seu time com um a menos para enfrentar uma equipe
tecnicamente superior durante 75 minutos restantes de partida.
Foto reprodução |
Assim como pode
parecer montagem dizer que, mesmo com um a mais o Cruzeiro não conseguiu marcar
nenhum gol, teve dificuldades para criar jogadas ofensivas e ainda levou um gol
de bochecha em um lance de bola parada. É amigos, partida maluca, que para o
torcedor celeste teve gosto amargo, de muita decepção com o time. Já para os
tricolores, valeu pelo empenho defensivo e a vontade em conquistar pontos
atuando no Maracanã.
O 1 a 0 do
Fluminense expôs – dessa vez de forma muito clara – a deficiência do time azul
em criar e finalizar. No primeiro tempo, após a expulsão de Gilberto, os
comandados de Mano Menezes pareciam não saber o que fazer com a bola. Tocavam,
tocavam e o time não saia do lugar.
Foto: Fluminense |
Thiago Neves
resumiu bem o desempenho celeste em entrevista na saída para o intervalo ao
dizer “nosso time está muito lento com a bola no pé”. Verdade. Futebol exige
muito da parte física, mas dar velocidade ao jogo não significa sair correndo
com a bola que nem um touro em direção ao gol adversário. É fazer a bola rolar
com velocidade, com toques curtos, rápidos e objetivos, pensando na progressão,
ou seja, ir em sentido ao gol adversário, não ficar tocando entre zagueiros e
laterais.
No segundo tempo,
com o gol de Pedro logo no início, o Fluminense reforçou ainda mais a muralha
defensiva. Marcou com duas linhas de quatro bem compactas, ocupando bem os
espaços e fechando as linhas de passe e infiltrações dos jogadores do Cruzeiro.
Os celestes, por sua vez, tiveram uma postura diferente do primeiro tempo,
muito disso à entrada de David na vaga de Lucas Silva.
Com o camisa 11, a
raposa teve mais amplitude, espaçando a defesa tricolor. O Cruzeiro ganhou
campo, mas não ganhou qualidade de finalização. Muito chuveirinho na área para
consagrar Gum e poucas chances claras. Foram 50 cruzamentos do Cruzeiro, sendo
41 errados.
Foto: Globoesporte.com |
Para um elenco
considerado um dos melhores do país – e que é mesmo – falta mais produtividade.
No ano passado, o Cruzeiro sofreu desse mesmo problema. Quando precisava
atacar, fazer gols, era uma burocracia danada. E o que preocupa o torcedor é
que, na próxima quinta-feira (26/04), a raposa tem um jogo chave para seu
futuro na Copa Libertadores. Enfrentará a Universidad de Chile, no Mineirão,
precisando vencer ou vencer para continuar sonhando com o tri da América.
Mais efetividade,
mais raça e atenção. É isso que falta ao Cruzeiro. Peças com características
para fazer o time ter boa performance o técnico Mano Menezes tem. A questão é consertar
a engrenagem para fazer com que as coisas fluem melhor.
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