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Dinamarca: passado e presente dão confiança na retomada da Dinamáquina


A Dinamarca está de volta ao Olimpo do futebol. Após uma frustrante participação em 2010, na África do Sul, e a não classificação para o Mundial do Brasil, os dinamarqueses voltaram e, ao que parece, estão mais fortes.

Foto: iG Esporte

Talvez não tão forte a ponto de reencarnar a geração que encantou e impôs respeito às principais seleções do mundo na década de 80, quando, inclusive, recebeu o apelido de Dinamáquina devido às boas apresentações e resultados surpreendentes.

Curiosamente, assim como o Brasil, apesar de a seleção dessa década ser considerada uma das melhores da história dinamarquesa, eles não faturaram nenhum título importante, mas deixaram um legado para as demais gerações.

E esse legado fez diferença na década seguinte. Em 1992, a Dinamarca conquistou a Eurocopa, enfrentando e eliminando adversários como França, Inglaterra, Suécia (país sede do evento), Holanda e Alemanha. Três anos depois, em 1995, foi a vez de levantar o caneco da Copa Rei Fahd, posteriormente batizada de Copa das Confederações. Ah... na final a Dinamarca venceu a Argentina por 2 a 0, vale a pena mencionar.

O tempo passou e fez aumentar a vontade dos dinamarqueses de dar vida a uma nova Dinamáquina. A seleção atual ainda não fez por onde para receber esse título, mas é inegável que ela vem evoluindo sob comando do técnico Åge Hareide. Ele assumiu a Dinamarca em 2015 e precisou de tempo para fazer a coisa engrenar.

Foto reprodução

A Dinamarca não se classificou para a Eurocopa 2016 e não teve um início de Eliminatórias muito bom. Nas primeiras cinco rodadas da fase de grupos venceu dois, empatou um e perdeu outros dois jogos. Mas no returno, o futebol melhorou e foram quatro vitórias seguidas e apenas um empate. Mesmo assim, teve de disputar a repescagem. Mas a coisa já tinha engrenado e parar carreta descendo o morro é difícil. Sobrou para a Irlanda, que foi goleada em casa por 5 a 1.

O técnico Åge Hareide confia muito na organização do time para superar os adversários, mas não há como negar que seu maior trunfo é o talentoso camisa 10, Christian Eriksen. O meia é titular absoluto do Tottenham e acabou de fazer uma temporada acima da média. Visão de jogo, qualidade no passe, finalização de média e longa distância e inteligência de jogo são as qualidades desse jogador, que não é muito de mídia.

Ele defendeu o Tottenham em 47 partidas na temporada, marcou 14 gols e contribuiu com 13 assistências.  Números que fizeram o PSG abrir os olhos para o meia dinamarquês e ele poderá integrar, após a Copa do Mundo, o elenco bilionário do time francês. 

Foto reprodução

Pela seleção, Eriksen passou por todas as categorias e chegou à principal em 2010. De lá pra cá foram 77 jogos e 21 gols. Åge Hareide está certo de se concentrar no jogo coletivo, mas é claro que torce bastante pelo sucesso de Eriksen na Copa, pois sabe que isso causará reflexos positivos para a Dinamarca.

No Mundial da Rússia, os dinamarqueses caíram no grupo C, ao lado de França, Peru e Austrália. O primeiro compromisso será contra a seleção peruana, no dia 16, às 13h (horário de Brasília), em Saransk.


CONVOCAÇÃO PARA COPA DO MUNDO 2018 – PRÉ-LISTA

Goleiros: Kasper Schmeichel (Leicester-ING), Jonas Lossl (Huddersfield-ING), Frederik Ronow (Brondby-DIN)

Defensores: Simon Kjaer (Sevilla-ESP), Andreas Christensen (Chelsea-ING), Mathias Jorgensen (Huddersfield-ING), Jannik Vestergaard (Borussia Monchengladbach-ALE), Andreas Bjelland (Brentford-ING), Henrik Dalsgaard (Brentford-ING), Peter Ankersen (FC Copenhagen-DIN), Jens Stryger (Udinese-ITA), Jonas Knudsen (Ipswich-ING)

Meias: William Kvist (FC Copenhagen-DIN), Thomas Delaney (Werder Bremen-ALE), Christian Eriksen (Tottenham-ING), Lasse Schone (Ajax-HOL), Mike Jensen (Rosenborg-NOR), Lukas Lerager (Bordeaux-FRA), Michael Krohn-Dehli (Deportivo La Coruna-ESP)

Atacantes: Pione Sisto (Celta Vigo-ESP), Martin Braithwaite (Bordeaux-FRA), Andreas Cornelius (Atalanta-ITA), Viktor Fischer (FC Copenhagen-DIN), Yussuf Poulsen (RB Leipzig-ALE), Nicolai Jorgensen (Feyenoord-HOL), Nicklas Bendtner (Rosenborg-NOR), Kasper Dolberg (Ajax-HOL)


*Estatísticas disponibilizadas pelo site Transfermarkt

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