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Manobilidade - parte 2


A Manobilidade surtiu efeito mais uma vez, e o Cruzeiro segue vivo na Copa Libertadores. O futebol apresentado ontem diante do Flamengo está aquém do que a equipe celeste pode mostrar, mas o que vale é a eficiência e a inteligência para saber se comportar em campo.



Se em pontos corridos, Mano Menezes não conseguiu muito destaque em sua carreira, quando o assunto é mata-mata ele manja dos paranauê. Ontem foi assim. O time celeste entrou em campo com uma vantagem de dois gols, construída no jogo de ida no Rio de Janeiro. Com o placar de 2 a 0 favorável, desde o apito inicial do árbitro, os jogadores tiraram a velocidade que o Flamengo pretendia impor ao jogo, bloqueando todas as ações ofensivas do adversário.

O técnico do Flamengo, Maurício Barbieri, manteve o seu esquema 4-1-4-1, com Vitinho atuando como falso 9. A ideia era, além de ter mais velocidade no ataque, ter mais movimentação nas costas dos dois volantes cruzeirenses. Lucas Paquetá e Diego tentavam atrair a marcação de Lucas Silva e Henrique, e até conseguiram, mas o rubro negro não soube se aproveitar disso, pois todo o time do Cruzeiro marcava de forma organizada, fechando os espaços e as linhas de passe. O que sobrou para o Flamengo foi jogar pelas alas ou alçar bolas na área. Foram 23 cruzamentos em todo o jogo, mas 19 deles foram errados.



Nem mesmo quando fez o gol, após os vinte minutos do segundo tempo, o Flamengo melhorou. A pressão foi mais em ter a bola do que atacar. O Flamengo teve 59% de posse, mas não conseguiu traduzir isso em chances reais de gol. De certa forma, apesar de ter um time com boas peças no ataque, faltou ao Flamengo mais qualidade na armação e finalização, mas parte dessa inoperância ofensiva é resultado de uma boa marcação cruzeirense, algo que tem a marca Mano Menezes.

De qualquer forma, mesmo sem levar perigo, o Flamengo colocou mais emoção na partida, até porque se marcasse mais um gol a decisão iria para os pênaltis. E muito desse contorno de emoção porque, na cabeça do torcedor cruzeirense passava dois lances, o gol perdido por Barcos no primeiro tempo e a chance desperdiçada por Thiago Neves na etapa final, minutos antes do mengão fazer o gol. A bola pune, e o torcedor sabe bem disso. Mas ontem ela resolveu não atrapalhar quem foi mais eficiente durante os 180 minutos.

Barcos perdeu gol incrível no primeiro tempo

O que fica é o aprendizado para a próxima fase. Possivelmente o Cruzeiro enfrentará o Boca Juniors, time argentino, de tradição, de torcida e de forte representatividade junto à Conmebol. Se for ele ou não o próximo adversário, o Cruzeiro precisa melhorar seu ataque, transformar as chances em gol e manter a segurança defensiva. O momento de crescer é agora para fazer valer o status conquistado no último século de La Bestia Negra.

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