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Peneirada mineira em competições nacionais


A partir de domingo (12/08), o futebol mineiro terá apenas 4 representantes em ligas nacionais coordenadas pela Confederação Nacional de Futebol (CBF). Atlético, América, Cruzeiro – na primeira divisão do Campeonato Brasileiro - e Boa Esporte – na série B - continuarão jogando em nome do estado com a segunda maior população do país.

Estádio Ronaldão em Poços de Caldas   -     Foto reprodução Associação Atlética Caldense

Os dois outros clubes restantes se despedem de competições nacionais neste sábado (11/08). Tupi e Tombense estão disputando a série C do Campeonato Brasileiro, mas não têm chances de classificação para a próxima fase. Pelo contrário, o Tupi corre o risco de cair para a série D, caso perca para o Ypiranga, no Rio Grande do Sul. O Galo Carijó está há um ponto do adversário, que é o primeiro time da zona de rebaixamento.  Já a Tombense apenas cumprirá tabela diante do Botafogo de Ribeirão Preto.

Na série D, URT, Uberlândia e Caldense deram adeus a competição antes mesmo da Copa do Mundo começar. Sequer chegaram às quartas de final. O mais longevo foi o Uberlândia, que foi eliminado nas oitavas de final para o Caxias.

Apenas 4 clubes mineiros seguirão representando o estado em competições nacionais. Vou repetir, 4, em uma federação onde há mais de 20 milhões de pessoas, com um território superior a 588 quilômetros quadrados. É pouco para uma terra com potencial de fomentar um futebol competitivo.

Atualmente, a Federação Mineira de Futebol (FMF) possui 37 clubes filiados nas suas três principais competições: Módulo I, Módulo II e Segunda Divisão. Mas apenas 9 foram credenciados a disputar as quatro divisões nacionais: Atlético, América e Cruzeiro, na elite; Boa Esporte, na segunda divisão; Tombense e Tupi, na série C; URT, Uberlândia e Caldense, na série D. Agremiações tradicionais, como Uberaba, Vila Nova, Ipatinga e Guarani ficaram apenas na vontade.

Guarani de Divinópolis campeão do Módulo II do Campeonato Mineiro - Foto Superesportes

Realmente é pouco para Minas Gerais. O estado berço de grande técnicos, como Telê Santana, e grandes jogadores, a exemplo de Tostão, poderia ser melhor representado a nível nacional. Não estou citando nem títulos, apenas representatividade mesmo. O poder de fogo do estado está muito concentrado na capital, mais especificamente em Atlético e Cruzeiro. Na década passada, o Ipatinga fez uma gracinha na série A, mas com a mesma velocidade que chegou à elite do futebol nacional sucumbiu ao esquecimento e ao descrédito.

Hoje, a quarta força do futebol mineiro é o Boa Esporte, que faz uma campanha horrível na série B. É o lanterna com 14 pontos, 7 a menos que o primeiro fora do z4. Quinta força? Talvez a Tombense, que tem conseguido se manter na terceira divisão, mas não sai disso.

Tombense de Tombos foi campeã da série D do Campeonato Brasileiro em 2014 - Foto Tombense

Não há uma solução específica para este problema. São vários fatores, que vão desde o lado financeiro até a falta de organização, apoio, oportunidades e vontade dos atletas. Se isso vai mudar um dia é difícil prever, mas torço para que haja uma descentralização desse poder de fogo do futebol mineiro, ampliando a atuação do esporte no estado e dando ao torcedor, figura primordial nesse espetáculo, a oportunidade de ver seus ídolos próximos de sua casa.

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